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Pré-sal integra Engenharia e Geociências
Com lotação esgotada (184 inscritos), foi realizado com sucesso na segunda semana de setembro, no Rio de Janeiro, o workshop “Global Perspectives for Deepwater Presalt Exploration and Development”, uma promoção conjunta da SEG (Society for Exploration Geophysicists), SBGf (Sociedade Brasileira de Geofísica) e da SPE (Society of Petroleum Engineers).
Em dois dias, o workshop abordou questões de interesse comum a geofísicos, geólogos, engenheiros de reservatórios, engenheiros de perfuração, economistas e toda a gama de profissionais que trabalha em companhias de petróleo, de serviço ou na ANP.
Entre os temas apresentados estavam: os avanços da tecnologia de imageamento, os desafios nas operações e nos projetos de perfuração em águas profundas, a caracterização de reservatórios, a petrofísica e suas aplicações, a geomecânica e ainda, estudos de casos em que o primeiro óleo já foi produzido, como no campo de Lula (fase Piloto), na Bacia de Santos, e no pré-sal de Jubarte, na Bacia de Campos.
“Não dá para trabalhar sozinho no pré-sal. Se quisermos atacar os desafios tecnológicos que estamos encontrando nesse ambiente vamos ter que desenvolver soluções integradas entre companhias de petróleo e de serviços”, afirmou o geofísico Paulo Johann, gerente da Área de Geofisica de Reservatórios do E&P da Petrobras. Ele mostrou temas extremamente importantes na sísmica 4D para caracterização e monitoramento de reservatório
Para Carlos Eduardo Abreu, Consultor Sênior de E&P da Petrobras, o workshop foi realizado em um momento oportuno, já que em toda área desafiadora, do ponto de vista tecnológico, as empresas investem muito para conseguir um diferencial, mas chega-se a um ponto em que é necessário trocar informações com o mercado. “As trocas são benéficas para todos e nós queríamos que neste ambiente multidisciplinar um aprendesse com o outro quais são os riscos associados a cada um dos temas do workshop“, salientou o geofísico da Petrobras.
A multidisciplinaridade foi a tônica de todo o workshop. Para o geofísico Wenceslau Gouveia, da Shell Brasil, a informação técnica fluiu bem durante o encontro, tanto que observou geólogos e geofísicos mais interessados nas disciplinas de engenharia e engenheiros interessados nas apresentações de geofísica. “Houve um interesse cruzado muito grande nesse workshop e um nível de experiência bastante alto dos participantes. É uma plateia mais grisalha, 25/30 anos de indústria, com experiência em vários tipos de ambientes deposicionais e que está aqui para trabalhar no pré-sal”, salientou Gouveia.
Na opinião do geofísico da Shell, a sessão dedicada à perfuração foi um dos destaques deste workshop. “É um desafio muito grande (a perfuração) por causa de toda a pressão ambiental que a indústria do petróleo vem sofrendo, principalmente após o acidente de Macondo (Golfo do México – BP), quando ficou mais difícil perfurar sob essa profundidade e essas pressões. Esse ambiente desconhecido que estamos encontrando é muito desafiador,” acrescentou Gouveia.
Interessado na integração de engenheiros e geocientistas, o engenheiro de reservatórios Julio Gontijo, da PGS do Brasil, considerou o evento bem estruturado. “Um encontro como este provoca não apenas os debates no auditório, mas também as discussões posteriores ou paralelas que acabam acontecendo dentro das empresas e que provocam um crescimento das técnicas. Nosso objetivo é desenvolver um campo de petróleo, aumentar as reservas da forma mais econômica, com menor número de poços, desde que seja aumentado o fator de recuperação. A integração de todas as disciplinas ligadas a geociências e engenharia de reservatório pode contribuir muito para esses objetivos. Acredito que isso foi atingido neste evento”, concluiu Gontijo.
Fonte: Grandes Construções